
Tenentismo: resumo, impactos e importância
O Tenentismo foi um movimento político-militar que marcou a história do Brasil durante a Primeira República (1889-1930). Liderado principalmente por jovens oficiais do Exército, conhecidos como “tenentes”, o movimento representou uma reação contra as desigualdades sociais, o autoritarismo e a corrupção que caracterizavam o período da chamada “República Velha”.
Entenda o contexto histórico do Tenentismo
A Primeira República brasileira foi marcada pelo predomínio das elites agrárias, especialmente os cafeicultores de São Paulo e os pecuaristas de Minas Gerais, que controlavam a política através do sistema conhecido como “Política dos Governadores”.
Nesse cenário, os tenentes, que geralmente pertenciam à classe média urbana, viram-se excluídos do poder e frustrados com a situação do país. A insatisfação foi agravada pela percepção de ineficiência administrativa, fraudes eleitorais e desigualdade social extrema.
O ambiente internacional também influenciou o movimento. A Revolução Russa de 1917 e outros movimentos reformistas pelo mundo inspiraram muitos tenentes a buscar mudanças radicais na estrutura política e social do Brasil.
Conheça os principais acontecimentos durante o Tenentismo:
Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (1922)
O primeiro grande episódio do tenentismo ocorreu em 5 de julho de 1922, no Rio de Janeiro, quando um grupo de militares rebelou-se contra o governo de Epitácio Pessoa em protesto contra a corrupção e a submissão do governo aos interesses das elites.
Embora a revolta tenha sido esmagada, os “18 do Forte”, que resistiram de forma heroica, tornaram-se símbolos da luta contra as injustiças.
Revolução de 1924
Dois anos depois, em 1924, outra revolta liderada pelos tenentes ocorreu em São Paulo. Embora tenha durado mais tempo que a de 1922, também foi derrotada. No entanto, os revoltosos sobreviventes uniram-se a outros grupos no interior do país, formando a chamada “Coluna Prestes”.
Coluna Prestes (1925-1927)
A Coluna Prestes, liderada por Luís Carlos Prestes, foi um dos episódios mais emblemáticos do tenentismo. Com cerca de 1.500 homens, o grupo percorreu mais de 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil, denunciando as desigualdades e a corrupção do governo.
Apesar de não terem conseguido mobilizar uma revolução popular, os integrantes da Coluna Prestes ajudaram a espalhar suas ideias reformistas.

Impactos e consequências
Embora o tenentismo não tenha alcançado seus objetivos imediatos, o movimento teve impactos profundos na história política brasileira. Então, podemos concluir que as principais consequências do Tenentismo são:
- A queda da República Velha: A pressão exercida pelos tenentes e outros grupos descontentes contribuiu para o enfraquecimento do regime oligárquico e a ascensão de Getúlio Vargas ao poder em 1930.
- Inspiração para reformas: O movimento trouxe para o debate público temas como reforma agrária, justiça social e combate à corrupção, influenciando políticas futuras.
- Formação de lideranças: Muitos dos tenentes envolvidos nos movimentos tornaram-se figuras de destaque na política brasileira, como Juarez Távora e Cordeiro de Farias.
Conclusão
O tenentismo foi um movimento essencial para a compreensão da transição política no Brasil no início do século XX. Mais do que uma série de revoltas militares, o tenentismo representou a insatisfação de setores emergentes da sociedade brasileira e a busca por uma república mais justa e inclusiva.
Embora suas demandas não tenham sido plenamente atendidas na época, o legado do movimento permanece como um marco na luta por transformações sociais e políticas no país até os dias de hoje.
Atualizado por último em: 26/01/2025 às 13:03
Publicar comentário