Resumo do livro “O Ateneu”, de Raul Pompeia
O livro “O Ateneu” consagra o Realismo brasileiro.
Foi de caráter importantíssimo a essa arte, pois engloba as atitudes humanas nas figuras das personagens.
A narrativa que se segue é enquadrada especificamente no realismo e o cenário é uma escola rígida, conservadora, onde a personagem principal, Sérgio, dá início à formação de seu caráter jovem.
Resumo do livro
O texto é em primeira pessoa e Sérgio, já adulto, relata a convivência em um internato, intitulado Ateneu, um ambiente corrupto e moralista, sendo dirigido pelo Dr. Aristarco, um homem que visava apenas o lucro e o ganho de bens materiais, então diretor do colégio.
A cena pioneira do romance relata a ida do jovem para o internato. Seu pai o leva de encontro a um novo ambiente.
Ele irá encontrar novas pessoas, até então imaturas nas suas ações, e Sérgio deve “encontrar o mundo” como afirmava o pai.
É a típica cena de paternidade da época: o pai anseia em ver o filho pródigo com um futuro promissor, procura um internato para enquadrá-lo às cobranças de um mundo exigente e esmagador. “Coragem para a luta”, dizia seu pai.
Sérgio atende as necessidades do pai e, ao longo de toda a narrativa, relata seus medos, decepções, as disciplinas impostas duramente, os relacionamentos e as amizades.
É nítida a crítica quanto ao modo moralista e severo das instituições de elite do século XIX. De forma irônica, Aristarco representa bem o que um típico ditador assume em seu caráter.
O enredo está repleto de metáforas e isso contribui para enfatizar o caráter hiperbólico da obra, marcada pelos exageros da língua.
Como um diário de bordo, Sérgio não deixa perder nenhuma memória sobre os seus dois anos no internato.
O seu cotidiano, como os lazeres, os encontros, as aulas e os banhos de piscina são retratados a partir de uma perspectiva particular.
O naturalismo presente dá abertura a temas como o homossexualidade e do amor imaturo, já que em suas férias, contraiu sarampo e Dr. Aristarco ficou responsável pelo menino, assim conhecendo D. Emma, mulher do diretor, apaixonando-se e desejando sempre encontrá-la.
Em uma fatídica manhã, todos gritavam por fogo, um incêndio provocado supostamente pelo novo aluno, Américo.
Deixado no internato contra sua vontade, o pai do jovem Américo faz um pedido ao diretor Aristarco: ele deseja ver seu filho disciplinado às normas rígidas, curando-lhe o mau comportamento.
Com o incêndio, D. Emma desaparece misteriosamente.
Junto com o Ateneu, que foi destruído pelo fogo, Sérgio encerra suas memórias sobre uma vida de aprendizagem na escola.
O que a obra “O Ateneu” nos impõe?
“O Ateneu” dá ênfase aos relacionamentos. A família é a primeira instituição a contribuir para a formação do caráter.
O segundo patamar são as relações interpessoais, formando amigos na escola, conhecendo outros gostos e costumes.
Assim, percebemos que Raul Pompeia mescla as relações e dá um nítido vínculo aos efeitos corruptos: um internato controlado por uma figura ostensiva e luxuosa.
As amizades comprovam a gama de atitudes: são jovens mais imprudentes, como Américo, ou até os mais fraternais como os amigos mais íntimos de Sérgio: Bento Alves e Egbert.
Raul Pompeia também ascende outros tipos de relacionamentos: o amor precoce por D. Emma e a mais íntima amizade entre Egbert, considerada como homossexualidade.
Pedagogo, graduando em Direito, pesquisador das relações de gênero e raciais, e apaixonado por justiça social. Criador do portal Toda Disciplina, onde compartilha conhecimento e debates sobre educação, direitos humanos e cultura.
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