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Olga Benário Prestes: biografia, militância comunista e morte no nazismo

Olga Benário Prestes (1908 – 1942), mais conhecida como Olga Prestes, nasceu em uma família judia alemã no dia 12 de fevereiro de 1908. Filha de uma dama da alta sociedade de Munique, Olga atingiu o exemplo do pai, que se dedicava às causas trabalhistas como advogada social democrata, defendendo os operários que atingiram pela crise.

Com apenas 15 anos, ela já possuía uma base cultural muito sólida, formada por grandes escritores alemães e, concomitantemente, entrou em contato com a Juventude Comunista onde iniciou uma forma militar ativa. Sua mãe não gostou nada, mas ela foi transferida.

Foi por meio dessas atividades que se mudaram de Otto Braun e, aos 16 anos, foi morar com ele. Aos 20 anos, Olga, junto com outros membros do grupo, invadiu a prisão de Moahit para libertar Otto e, em seguida, fugiram juntos para Moscou.

Lá, ela fez treinamento militar e carreira no Comintern. Separou-se de Otto devido à sua dedicação e certeza de sua missão: lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.

Luiz Carlos Prestes

Olga entrou em contato com Luiz Carlos Prestes, famoso brasileiro por liderar a Coluna Prestes, porque foi designada a acompanhá-lo em sua viagem e garantir sua segurança. Ao cruzar o mundo em viagens com ele, teve de passar por sua esposa em que ambos utilizavam passaportes falsos com nomes portugueses. Os dois, no entanto, acabaram se apaixonando e tornando a farsa realidade.

Quando chegaram ao Brasil, os dois se instalaram no Rio de Janeiro e organizaram os preparativos da revolução. A Intenção Comunista, no entanto, não obteve sucesso em 1935, então foram presos e separados.

Logo depois da prisão, ela declarou aos jornalistas brasileiros que segundo esperava um filho de Prestes e, suas declarações, o governo de Getúlio Vargas estaria cometendo “uma injustiça contra uma mulher grávida”. O presidente, no entanto, como uma forma de vingança a Prestes e de se aproximar do regime nazista de Hitler, deportou Olga para a Alemanha.

Da prisão à morte

Olga foi levada por um navio cargueiro conhecido como “La Coruña”, onde ela foi levada com uma barriga de sete meses. Com ordens de não parar em qualquer porto estrangeiro para não correr riscos de resgate, o navio levou Olga, que ficou presa em uma prisão de mulheres, na Barnimstrasse, onde ficou incomunicável.

No dia 27 de novembro de 1936, nasceu Anita Leocádia, filha de Olga. Dona Leocádia, mãe de Prestes, conseguiu que Anita permanecesse com a mãe para ser amamentada até os 14 meses. Em seguida, foi entregue à avó, fato que Olga só ficou sabendo depois de algum tempo.

Dois anos depois do nascimento de sua filha, Olga foi mandada para um campo de concentração de Lichtenburg e, no ano de 1939, foi mandada para Ravensbrük, um campo exclusivo para mulheres em que se tornou líder de seu bloco e deu aulas a outras presas.

Três anos depois de 1942, Olga morreu com mais de 200 mulheres em uma câmara de gás, notícia que veio a Prestes e Leocádia por um bilhete escondido na barra da saia de uma presa.

Pedagogo, graduando em Direito, pesquisador das relações de gênero e raciais, e apaixonado por justiça social. Criador do portal Toda Disciplina, onde compartilha conhecimento e debates sobre educação, direitos humanos e cultura.

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