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Nicolau Maquiavel: biografia, vida e morte

Nicolau Maquiável (1649 – 1527) foi um diplomata, historiador e filósofo, Maquiavel retirou o véu do idealismo religioso para fundar o realismo político moderno.

Biografia

Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, na Itália, em 3 de maio de 1469. Filho de um advogado de posses modestas, ele cresceu em uma cidade que era o epicentro cultural da Europa, mas que também vivia em constante ebulição política.

Desde cedo, Maquiavel teve acesso aos clássicos latinos e gregos, o que moldou sua visão crítica sobre a ascensão e queda das grandes civilizações da Antiguidade.

Sua entrada na vida pública ocorreu em 1498, logo após a queda do monge Savonarola. Aos 29 anos, foi nomeado Secretário da Segunda Chancelaria de Florença, cargo que o levaria a percorrer as cortes da Europa em missões diplomáticas fundamentais.

Diplomata e experiência de poder

Durante 14 anos, Maquiavel foi os “olhos e ouvidos” da República Florentina. Ele serviu sob o comando de Piero Soderini e teve contato direto com figuras como o Papa Júlio II, o Rei Luís XII da França e, principalmente, César Bórgia.

Foi a observação detalhada de César Bórgia que inspirou grande parte de suas ideias. Maquiavel admirava a habilidade de Bórgia em usar a astúcia e a força para pacificar territórios, vendo nele o exemplo de um líder que sabia equilibrar a virtù (coragem e engenho) para enfrentar a fortuna (as circunstâncias imprevisíveis da vida).

No entanto, essa carreira promissora foi interrompida bruscamente em 1512, quando a família Médici retomou o poder em Florença.

A ruína, o exílio e o nascimento de “O Príncipe”

Com a volta dos Médici, Maquiavel foi destituído do cargo, acusado de conspiração, preso e torturado. Sem o direito de exercer a política que tanto amava, ele se retirou para sua pequena propriedade em San Casciano. Foi nesse período de isolamento e amargura que ele escreveu sua obra-prima: O Príncipe (1513).

Diferente dos tratados anteriores, Maquiavel não escreveu sobre como um governante deveria ser “bom” ou “virtuoso” no sentido cristão.

Ele escreveu um manual pragmático sobre a manutenção do Estado. Para ele, o sucesso de um príncipe era medido pela estabilidade do governo.

Se para manter a ordem fosse necessário agir contra a moral, o governante deveria fazê-lo, pois o caos social seria um mal muito maior.

A ética maquiaveliana: virtù e fortuna

O pensamento de Maquiavel revolucionou a filosofia porque separou a moral privada da moral pública. Enquanto um indivíduo comum deve seguir as leis e a ética religiosa, o líder político deve seguir a “Razão de Estado”.

Seus principais conceitos incluem:

  • Virtù: Não é a virtude moral, mas a capacidade técnica e política do líder de agir no momento certo e com a força necessária.

  • Fortuna: Representa o imponderável. Para Maquiavel, o príncipe deve estar preparado para os “rios que transbordam”, construindo diques (leis e milícias) antes que o desastre aconteça.

  • Aparência: Maquiavel defendia que, para o povo, parecer virtuoso é mais importante do que realmente ser, pois a multidão julga pelos olhos e pelos resultados.

Legado e morte

Maquiavel morreu em 21 de junho de 1527, pobre e desiludido, sem ver a unificação da Itália que tanto pregou. Sua obra foi incluída no Index Librorum Prohibitorum (Lista de Livros Proibidos) da Igreja Católica, o que paradoxalmente ajudou a espalhar seu pensamento clandestinamente.

Hoje, ele é estudado em cursos de Direito, Ciências Sociais e Gestão, sendo considerado o pai da Ciência Política moderna por ter sido o primeiro a observar o poder como um objeto autônomo de estudo técnico.

Principais Curiosidades

  • A Frase que ele nunca disse: A famosa expressão “os fins justificam os meios” não consta em nenhum de seus livros, embora resuma bem a lógica de sua teoria política.

  • Dramaturgo: Além de política, Maquiavel escreveu comédias famosas, como A Mandrágora, considerada uma das melhores peças do teatro renascentista.

  • Milícia Nacional: Ele era contra o uso de mercenários e defendia que cada Estado deveria ter seu próprio exército formado por cidadãos leais.

Pedagogo, graduando em Direito, pesquisador das relações de gênero e raciais, e apaixonado por justiça social. Criador do portal Toda Disciplina, onde compartilha conhecimento e debates sobre educação, direitos humanos e cultura.

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