Lei Eusébio de Queirós contra o tráfico de escravos
Durante o Primeiro Reinado , algumas leis foram promulgadas a partir de iniciativas dos liberais de movimentos abolicionistas.
Mas, por mais que alguns políticos brasileiros fossem a favor do fim da escravidão, o Brasil continuava sendo um país demasiadamente dependente da mão-de-obra escrava, que era responsável por sustentar a produção brasileira que era comercializada no exterior.
A Lei Eusébio de Queirós foi concebida em 1850 pelo ministro da época, Eusébio de Queirós Coutinho Matoso Câmara, e proibiu o tráfico de escravos que era realizado no Oceano Atlântico em direção ao Brasil.

Apesar de não ter sido a primeira a proibir o tráfico, foi a primeira lei que realmente surtiu impacto no que diz respeito à abolição da escravidão.
Tentativas anteriores de proibição do tráfico
Anteriormente à sanção dessa lei, outras legislações foram investidas para atingir a escravidão aqui no Brasil (que foi o país que por mais tempo resistiu ao fim da escravidão), isso devido principalmente à pressão da Inglaterra, interessada em acabar com o tráfico negro.
A primeira legislação, feita em 1831, determinava que todos os escravos que a partir de então entrassem no Brasil, seriam livres, porém, esta lei não conseguiu vingar.
Já no ano de 1845, a Inglaterra concedeu a si mesmos poderes de jurisdição sobre navios que pudessem estar praticando contrabando de negros africanos para o Brasil. Mais uma vez, a medida não foi influente o suficiente para impedir o tráfego, que atingiu forte ainda que de forma ilegal.
Antes da Lei Eusébio de Queirós, a pressão britânica já havia se manifestado com a Lei Bill Aberdeen, que permitia à Inglaterra reprimir o tráfico negreiro no Brasil.
Lei Eusébio de Queirós
Só cinco anos depois o gabinete do império conseguiu enfrentar as resistências de quem era favorável ao tráfico e prometeu a lei Eusébio de Queirós, que se destacou dentre os anteriores, pois este contorno com o apoio da polícia e com um forte sistema de fiscalização.
Assim, agiam sobre navios brasileiros e estrangeiros, de forma que o navio contrabandista que fosse pego em território brasileiro fosse vendido e os negros levados de volta à sua terra natal.
A eficácia e importância da lei devem ser o fato de que dificultou seriamente a escravidão. Essa lei também abriu espaço para outras leis que tempos depois foram promulgadas. A partir dela, a concretização da abolição da escravatura foi cada vez mais próxima.
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Atualizado por último em: 27/08/2025 às 20:40
Pedagogo, graduando em Direito, pesquisador das relações de gênero e raciais, e apaixonado por justiça social. Criador do portal Toda Disciplina, onde compartilha conhecimento e debates sobre educação, direitos humanos e cultura.
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