Jair Messias Bolsonaro é um ex-militar e político brasileiro que se tornou o 38º Presidente do Brasil.

Sua trajetória, marcada por um discurso de ruptura e forte polarização, terminou de forma inédita na história recente do país: ele é o primeiro ex-mandatário condenado e preso por crimes contra as instituições democráticas.

O Bolsonarismo consolidou-se como um movimento político de direita fundamentado na defesa de pautas conservadoras e no nacionalismo.

Biografia e carreira militar

Nascido em Glicério (SP), em 21 de março de 1955, Bolsonaro seguiu a carreira das armas, mas sua passagem pelo Exército foi marcada por conflitos com a hierarquia.

Nos anos 80, ganhou notoriedade não por mérito em campo, mas por uma matéria na revista Veja onde reivindicava salários mais altos, o que quase o levou à expulsão.

Acabou indo para a reserva prematuramente como capitão, após um processo no Superior Tribunal Militar que o absolveu da acusação de planejar explosões em quartéis, mas que selou sua saída da caserna.

Como deputado federal por 27 anos, Bolsonaro foi uma figura periférica no Congresso, pertencendo ao chamado “baixo clero”. Durante sete mandatos, aprovou apenas dois projetos de lei.

Sua fama foi construída na tribuna, com discursos agressivos e declarações polêmicas contra direitos de minorias, elogios ao regime militar e ataques a adversários políticos, o que lhe garantiu uma base fiel de seguidores nas redes sociais.

Pandemia e negacionismo

Em 2018, aproveitando-se da baixa popularidade do PT e após sobreviver a um atentado em Juiz de Fora, foi eleito presidente.

Seu governo foi pautado por uma agenda conservadora nos costumes e liberal na economia, mas ficou marcado internacionalmente por dois grandes pontos negativos:

• Gestão da Pandemia: Bolsonaro adotou uma postura negacionista diante da COVID-19, desestimulando a vacinação e promovendo remédios sem eficácia comprovada, o que resultou em uma CPI que pediu seu indiciamento por diversos crimes. 

• Conflito Institucional: Durante todo o mandato, manteve uma relação de confronto com o Supremo Tribunal Federal e o sistema eleitoral, questionando as urnas eletrônicas sem apresentar provas.

Tentativa de golpe e prisão

Após perder a reeleição em 2022 — a primeira vez que um presidente em exercício não conseguiu se reeleger —, Bolsonaro viu sua situação jurídica se deteriorar rapidamente.

O ápice foi o envolvimento nas investigações sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, onde os três poderes da República foram invadidos e depredados por manifestantes que buscavam reverter o resultado das urnas e instaurar uma intervenção militar.

Esse episódio, que chocou a comunidade internacional, tornou-se o eixo central das acusações que selariam o destino jurídico do ex-presidente.

As investigações avançaram sobre o que ficou conhecido como a “trama do golpe”, revelando reuniões e minutas de decretos que previam a prisão de autoridades e o controle do sistema eleitoral.

Condenação e prisão 

Em setembro de 2025, o Supremo Tribunal Federal proferiu a sentença definitiva: Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.

Embora tenha iniciado o cumprimento da pena em regime domiciliar, o cenário mudou em novembro de 2025, quando sua prisão preventiva foi convertida em regime fechado após o apenado danificar a tornozeleira eletrônica quando tentava rompê-la, momento em que foi levado para a carceragem da Superintendência de Polícia Federal em Brasília.

Mesmo sob custódia, o ex-presidente continua sendo notícia por questões de saúde; na semana do Natal de 2025, ele precisou ser submetido a uma cirurgia de urgência para correção de uma hérnia inguinal em um hospital particular, sob forte escolta policial e autorização expressa da justiça.