
Era Vargas: principais mudanças políticas e sociais no Brasil (1930-1945)

A Era Vargas, período entre 1930 e 1945, foi um divisor de águas na história do Brasil. Getúlio Vargas assumiu o poder após a Revolução de 1930 e implementou transformações profundas na política, na economia e nas relações sociais. Essa fase marcou o fim da República Velha, o fortalecimento do Estado, o surgimento das leis trabalhistas e o início da industrialização brasileira.
O que foi a Era Vargas?
A Era Vargas foi o período em que Getúlio Vargas governou o Brasil, primeiro como chefe do Governo Provisório (1930-1934), depois como presidente constitucional (1934-1937) e, por fim, como ditador no Estado Novo (1937-1945). Seu governo centralizou o poder, extinguiu instituições tradicionais da política oligárquica e promoveu reformas estruturais.
Principais fases da Era Vargas
Governo Provisório (1930–1934)
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Dissolução do Congresso Nacional
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Nomeação de interventores nos estados
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Início das reformas trabalhistas
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Criação dos Ministérios do Trabalho, da Indústria e do Comércio
Governo Constitucional (1934–1937)
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Promulgação da Constituição de 1934
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Voto secreto e direito ao voto feminino
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Criação da Justiça do Trabalho
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Crescimento da oposição ideológica (integralistas x comunistas)
Estado Novo (1937–1945)
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Golpe e instalação do regime ditatorial
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Censura à imprensa e repressão política
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Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
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Nacionalismo e propaganda estatal
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Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial
Mudanças políticas durante a Era Vargas
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Centralização do poder: o governo federal passou a controlar as decisões políticas nacionais, enfraquecendo o poder das oligarquias estaduais.
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Fim do coronelismo: os antigos chefes políticos locais perderam força com a nomeação de interventores.
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Criação de leis trabalhistas: regulamentação de jornada de trabalho, salário mínimo, férias e descanso semanal.
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Estatização e controle dos meios de comunicação: como forma de propaganda e manutenção do regime.
Avanços sociais e trabalhistas
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Direitos trabalhistas inéditos: foram instituídas normas que protegiam os trabalhadores urbanos.
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Carteira de Trabalho: criada em 1932, passou a ser obrigatória.
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Sindicalismo atrelado ao Estado: os sindicatos só podiam funcionar com autorização do governo.
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Valorização da figura do trabalhador: Vargas se autodenominava “pai dos pobres” e investia na sua imagem como defensor do povo.
Industrialização e economia
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Substituição de importações: com a crise de 1929 e a Segunda Guerra, o Brasil passou a produzir internamente produtos antes importados.
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Criação de empresas estatais: como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
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Expansão das cidades e do setor industrial: especialmente nas regiões Sudeste e Sul.
Cultura e nacionalismo
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Propaganda estatal intensa: o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foi responsável por difundir ideais do governo.
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Valorização da cultura brasileira: com incentivo à música, ao cinema, ao rádio e ao folclore nacional.
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Nacionalismo como política de Estado: símbolos nacionais e datas comemorativas ganharam destaque.
Fim da Era Vargas
A pressão por redemocratização cresceu com o fim da Segunda Guerra Mundial, especialmente entre setores militares e civis insatisfeitos com o autoritarismo do Estado Novo. Em 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto por um movimento liderado pelas Forças Armadas, encerrando oficialmente o período conhecido como Era Vargas (1930-1945).

Apesar do fim do regime, Vargas manteve influência política e, em 1950, foi eleito presidente da República pelo voto direto. Sua trajetória ainda marcaria fortemente os rumos do Brasil até seu trágico suicídio em 24 de agosto de 1954, em meio a uma nova crise política, assumindo a presidência o seu vice, o potiguar Café Filho.
Curiosidade histórica
Vargas tentou renunciar em 1943, mas foi convencido pelos militares a permanecer no poder até o fim da guerra. Seu discurso nacionalista e populista foi um dos pilares da manutenção do regime.
A Era Vargas representou uma transformação profunda no Brasil, com avanços sociais, reformas estruturais e concentração de poder. Ainda hoje, as políticas criadas nesse período, especialmente os direitos trabalhistas, influenciam a vida dos brasileiros. Entender esse capítulo da nossa história é essencial para compreender os rumos da política e da sociedade no século XX.
Pedagogo, graduando em Direito, pesquisador das relações de gênero e raciais, e apaixonado por justiça social. Criador do portal Toda Disciplina, onde compartilha conhecimento e debates sobre educação, direitos humanos e cultura.
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