
Cnidários: o que são, características e exemplos

O filo Cnidária (cnidários), antigamente chamado Coelenterata (celenterados), é representado pelas hidras, medusas e anêmonas-do-mar, que são indivíduos isolados, e pelas caravelas e corais, que são coloniais.
São animais diblásticos e apresentam basicamente dois tipos morfológicos: as medusas, geralmente natantes, ou seja, que nadam, e os pólipos, que vivem fixos ao substrato (sésseis), ou apoiados nele, podendo se deslocar.
Os pólipos e as medusas, formas de vida aparentemente muito diferentes entre si, possuem características em comum e que definem o filo. Confira a seguir mais informações sobre os cnidários, suas formas de locomoção, reprodução e classes!
Características dos cnidários
Tanto o pólipo como a medusa apresentam boca, mas não têm ânus. O alimento ingerido passa para a cavidade gastrovascular, onde é parcialmente digerido e distribuído.

Depois, é absorvido pelas células que revestem essa cavidade, onde se completa a digestão. Portanto, esse processo é em parte extracelular e em parte intracelular.
Já os restos não aproveitados são eliminados pela boca. Na região oral, existem tentáculos que participam da captura de alimento e da defesa do animal.
Os cnidários apresentam sistema nervoso difuso. A respiração e a excreção ocorrem por difusão através da superfície do corpo.
Camadas celulares
As camadas de células que ocorrem nos cnidários são:
- Epiderme: derivada da ectoderme do embrião, reveste o corpo externamente
- Gastroderme: derivada da endoderme, reveste a cavidade gastrovascular.
Entre a epiderme e a gastroderme há uma camada gelatinosa denominada mesogleia, mais abundante nas medusas do que nos pólipos.
Por isso, as medusas têm aspecto gelatinoso, fato que lhes valeu a denominação popular “águas-vivas”. O teor de água em seus corpos é elevado: cerca de 98% do peso total do animal.
A região do corpo das medusas rica em mesogleia chama-se umbrela.
Locomoção
Enquanto a maioria dos pólipos é fixa, alguns podem se deslocar.
Nas medusas, a locomoção é mais ativa, sendo realizada por um mecanismo denominado jatopropulsão: os bordos do corpo se contraem e a água acumulada na face oral é expulsa em jato, provocando o deslocamento do animal no sentido oposto.

Reprodução dos cnidários
A reprodução dos cnidários pode ser assexuada ou sexuada.
Classes
Há, pelo menos, quatro tipos de classes dos cnidários, são elas: Anthozoa, Hydrozoa, Scyphozoa e Cubozoa.
Veja mais detalhes sobre cada uma delas nos tópicos a seguir!
Classe Anthozoa

A classe Anthozoa inclui apenas indivíduos com forma de pólipo, ou seja, não há fase medusoide nesse grupo.
Estrutura corporal e exemplos
Entre os antozoários, há espécies solitárias, como as anêmonas-do-mar, e coloniais, como o coral-cérebro e as gorgônias.
Os corais-cérebros e outros antozoários semelhantes são conhecidos como corais-pétreos. Eles apresentam um exoesqueleto de carbonato de cálcio, secretado pela epiderme do pólipo, formando uma estrutura rígida em forma de taça, onde o animal vive.
Corais e a formação dos recifes
Alguns corais-pétreos vivem em simbiose com zooxantelas, dinoflagelados clorofilados modificados. Essa relação é essencial para os recifes de corais, já que as zooxantelas contribuem para a nutrição do pólipo e favorecem a formação dos recifes.
Gorgônias e corais vermelhos
As gorgônias possuem um endoesqueleto proteico córneo, formado por gorgonina, mas também podem apresentar espículas calcárias, com formatos e cores variados.
Já os corais vermelhos preciosos (como o Corallium rubrum), muito usados em joalheria, têm um endoesqueleto constituído por espículas avermelhadas altamente compactadas.
Reprodução sexuada e assexuada
Entre os antozoários, existem espécies dioicas (com sexos separados) e hermafroditas. A fecundação pode ser externa ou interna.
A partir do ovo, desenvolve-se a plânula, uma larva ciliada e planctônica típica dos cnidários. Depois de se fixar no substrato, ela passa por metamorfose e origina um novo pólipo.
Além da reprodução sexuada, antozoários podem se reproduzir assexuadamente. Em espécies como as anêmonas-do-mar, ocorre a laceração pediosa: ao se mover, o animal pode deixar fragmentos da base no substrato, e cada fragmento origina um novo indivíduo.
A forma mais comum de reprodução assexuada nos pólipos, porém, é a divisão longitudinal do corpo, gerando dois novos organismos idênticos.
Classe Hydrozoa

A classe Anthozoa (antozoários) inclui apenas animais com a forma de pólipo. Não existe a fase de medusa nesse grupo.
Entre eles, há espécies solitárias, como as anêmonas-do-mar, e espécies coloniais, como os corais-cérebros e as gorgônias.
Corais-pétreos: os construtores de recifes
Alguns antozoários, como os corais-cérebros, são chamados de corais-pétreos por formarem um exoesqueleto de carbonato de cálcio, secretado pela epiderme do pólipo. Esse esqueleto forma uma espécie de “taça” onde o pólipo vive.
Esses corais frequentemente mantêm uma relação simbiótica com zooxantelas — algas dinoflageladas modificadas. Essa parceria é essencial para a formação dos recifes coralíneos, pois as zooxantelas ajudam na nutrição e no crescimento do coral.
Gorgônias e corais preciosos
As gorgônias têm um endoesqueleto proteico córneo, chamado gorgonina, mas também podem ter espículas calcárias de diferentes formas e cores. Já os corais vermelhos preciosos (como o Corallium rubrum, usado em joias) possuem um endoesqueleto feito por espículas avermelhadas compactadas.
Reprodução dos antozoários
Os antozoários podem ter sexos separados ou serem hermafroditas. A fecundação varia entre interna e externa.
Do ovo surge a plânula, larva ciliada e planctônica típica dos cnidários. Ao se fixar no substrato, ela sofre metamorfose e se transforma em um pólipo jovem.
Reprodução assexuada
A reprodução assexuada também ocorre. No caso das anêmonas-do-mar, por exemplo, é comum a laceração pediosa: ao se moverem pelo substrato, deixam fragmentos da base que se regeneram, formando novos indivíduos.
Outra forma de reprodução assexuada é a divisão longitudinal do pólipo, considerada a mais frequente entre os antozoários.
Classe Scyphozoa

Na classe Scyphozoa (cifozoários), ao contrário do que ocorre entre os hidrozoários, a medusa é a forma predominante do ciclo de vida e geralmente é grande. O pólipo dos cifozoários é muito reduzido e, em alguns poucos casos, ausente.
A reprodução assexuada desse grupo de cnidários ocorre principalmente por estrobilação.
Por esse processo, os pólipos formam pequenas medusas imaturas, chamadas éfiras, que se diferenciam das medusas adultas, responsáveis pela reprodução sexuada.
Geralmente, as medusas são de sexos separados e a fecundação pode ser externa ou interna. A alternância de gerações é o padrão comum de reprodução.
Classe Cubozoa

A classe Cubozoa, conhecida como cubomedusas, reúne medusas com umbrela em formato cúbico, bem diferente das tradicionais “águas-vivas” arredondadas.
Ciclo de vida
O ciclo reprodutivo envolve a larva plânula, que origina um pólipo. Esse pólipo sofre metamorfose completa e se transforma diretamente em medusa — a fase adulta e nadadora.
Habitat e distribuição
As cubomedusas são encontradas principalmente em mares tropicais e subtropicais, com maior ocorrência nos oceanos Índico e Pacífico.
Perigos para os seres humanos
Algumas espécies de cubomedusas são altamente perigosas, podendo causar acidentes graves em humanos, com queimaduras intensas e até risco de morte.
O exemplo mais conhecido é a Chironex fleckeri, popularmente chamada de vespa-do-mar, encontrada no litoral da Austrália. Sua picada pode ser fatal.
Cubomedusas no Brasil
No litoral brasileiro, existem duas espécies registradas que podem causar acidentes, embora geralmente menos graves que os da vespa-do-mar australiana:
-
Tamoya haplonema
-
Chiropsalmus quadrumanus
Ambas exigem cuidado em banhos de mar, especialmente em áreas de maior ocorrência.
Cnidócito
Nos cnidários, existe um tipo especial de célula denominada cnidócito, que aparece em maior quantidade nos tentáculos.
Ao ser tocado, o cnidócito dispara a cnida (cnide = urtiga), cujo tipo mais comum é o nematocisto.
Essa estrutura intracelular contém um longo filamento, geralmente penetrante, através do qual o líquido urticante presente na cnida é eliminado.
Esse líquido paralisa a presa. Em seres humanos, pode causar sérias queimaduras na pele.
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Pedagogo, graduando em Direito, pesquisador das relações de gênero e raciais, e apaixonado por justiça social. Criador do portal Toda Disciplina, onde compartilha conhecimento e debates sobre educação, direitos humanos e cultura.
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