
Ascetismo: o que é, história e práticas principais

O ato de restringir e mesmo assim alcançar a liberdade. Esse é um dos lemas do Ascetismo, que pode parecer contraditório em um primeiro momento, mas que ao ser aprofundado e justificado, toma uma proporção de entendimento maior.
Desta forma, essa filosofia é capaz de fazer com que caminhos contrários possam se encontrar e percorrer o mesmo destino ou finalidade de vida.
Renunciar o prazer, controlar os gastos de sentimentos, encontrar a paz interior e elevar a alma a uma espiritualidade superior, são alguns dos objetivos buscados pelos praticantes do ascetismo. Para se tornar virtuoso nessa jornada, é preciso alcançar esses aspectos máximos e fazer com que a alma possa ter a mesma tranquilidade adquirida para a matéria.
Breve histórico do ascetismo
Ascetismo é o mesmo que asceticismo. É uma filosofia de vida que propõe aos seus seguidores a austeridade, que nada mais é do que um autocontrole a respeito dos aspectos mundanos. Quem segue esse estilo de vida é considerado um austero ou um asceta e que vive a vida buscando a purificação da alma em detrimento da recusa dos desejos sentidos pelo corpo.
A própria palavra “ascetismo” deriva do grego askesis, que significa prática ou treinamento. Assim, com paciência e almejando um alto intelecto e espírito, os praticantes renunciam os desejos carnais, purificam a matéria e, consequentemente, a alma. Isto ocorria na Grécia antiga, mas não com o sentido espiritual.
Os atletas e guerreiros passavam por uma série de restrições na vida para conseguirem alcançar uma melhor forma corporal e graça para suas exibições, competições e formações de luta.
Práticas principais do ascetismo
O ascetismo envolve uma série de práticas que visam o controle do corpo e das paixões para alcançar um estado espiritual elevado ou maior autocontrole. As principais práticas incluem:
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Jejum: abster-se voluntariamente de alimentos ou bebidas por determinado período, buscando purificação física e espiritual.
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Simplicidade e pobreza voluntária: abrir mão dos bens materiais e de conforto para evitar apegos terrenos.
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Silêncio e contemplação: dedicar-se à meditação e reflexão profunda, afastando-se das distrações do mundo.
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Abstinência sexual: renunciar ao prazer sexual para manter a pureza e foco espiritual.
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Vigilância e disciplina corporal: controlar os desejos e emoções através da autodisciplina rigorosa.
Essas práticas aparecem em várias tradições religiosas e filosóficas, como o cristianismo, o budismo e o hinduísmo, sempre com o objetivo de fortalecer o espírito e transcender os limites do corpo.
O ascetismo dividido em duas visões
De acordo com o sociólogo Max Weber, esta filosofia de vida estava dividia em “dentro do mundo” e “fora do mundo”. Para ele, existem dois tipos de seguidores: os que viviam esse estilo de vida, mas desistiam do mundo em volta, e os que se distanciavam do mundo e se isolavam completamente. No caso dos monges, que vivem comunitariamente em lugares afastados ou até mesmo sozinhos em ermitões.
Mesmo tendo o ascetismo muito associado ao estilo de vida que sacerdotes, monges ou yogis, qualquer pessoa pode se tornar uma asceta. Homens como Gautama Buddha, Santo Antonio, Francisco de Assis, Mahatma Gandhi etc., são alguns dos exemplos de indivíduos normais que tiveram suas vidas transformadas por essa filosofia de vida.
Pedagogo, graduando em Direito, pesquisador das relações de gênero e raciais, e apaixonado por justiça social. Criador do portal Toda Disciplina, onde compartilha conhecimento e debates sobre educação, direitos humanos e cultura.
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