
Semana de Arte Moderna: resumo, características e importância

A Semana de Arte Moderna permanece como um marco na história do Brasil. A reunião de artistas plásticos, músicos e escritores vanguardistas num mesmo ambiente fez com que o encontro tomasse um caráter incentivador da renovação não apenas artística, mas também social e política no país.
Fora do país
Os acontecimentos que deram origem a Semana de Arte Moderna se desenrolaram anos antes, em outros países, onde estavam se desenvolvendo várias vanguardas artísticas, como o Cubismo, o Expressionismo, o Dadaísmo e o Surrealismo.
Vertentes essas que iam contra a proposta, até então intocável, de Aristóteles, que defendia as expressões artísticas como imitação da realidade, espelho da vida.
Os artistas da época buscavam descontrair essa ideia, tomando a arte como um campo onde se pode tudo.
Eles modificavam e confundiam silhuetas nos quadros, falavam com propriedade e sinceridade nos livros e com isso incentivaram uma brutal transformação nas pessoas.
No Theatro
A Semana de Arte Moderna aconteceu entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo, por iniciativa de Graça Aranha, Di Cavalcanti e Menotti Del Pichia.
Lá foram apresentadas instalações de arquitetura, esculturas e telas de artistas já renomados, numa programação que incluía também declamação de poemas, apresentações artísticas, recitais, palestras, conferências e exposições das mais variadas.
Entre os artistas mais conhecidos, que estiveram presentes na SAM, podemos destacar: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Heitor Villa- Lobos, Manuel Bandeira e Ernani Braga.
Semana de Arte Moderna na literatura
Em meio a tantas mudanças, tantas transgressões e tantas artes um novo movimento literário surgiu: o Modernismo.
Esse marco literário veio para se opor as métricas rígidas, e ao passado literário acadêmico, que pregava sempre uma linguagem culta e pouca liberdade na escrita.
Foram claras as mudanças que se seguiram nas produções literárias após a Semana de Arte Moderna, na poesia e na prosa as ideias e os sentimentos começaram a ser expressados de forma mais coloquial, com versos mais livres e pontuação subjetiva.
Depois de um tempo
Devido a grande explosão de ideias inovadoras o público não ficou lá muito satisfeito com o que foi apresentado na SAM, que de tanto pregar a liberdade não possuía um padrão entre os seus artistas.
Durante a Semana Villa-Lobos foi vaiado devido a um equívoco do público – ele se apresentou calçando um sapato e uma sandália, pois estava com um calo no pé, as pessoas no momento interpretaram como uma atitude futurista desrespeitosa – e Manuel Bandeira foi atrapalhado pelo público quando leu o poema “Os Sapos”, logo na abertura.
Muitas críticas explodiram na época e a Semana de Arte Moderna só foi realmente valorizada após alguns anos, quando as ideias que nasceram lá se desenvolveram.
A Semana de Arte Moderna hoje em dia
Atualmente, a Semana de Arte Moderna de 1922 continua sendo lembrada como um marco da cultura brasileira. O evento influenciou gerações de escritores, artistas plásticos, músicos e arquitetos, que buscaram romper com modelos tradicionais e valorizar a identidade nacional.
Em 2022, no centenário da Semana, diversas exposições, peças de teatro, concertos e publicações foram realizadas em todo o Brasil para revisitar suas ideias e discutir sua relevância. Muitos estudiosos apontam que o movimento modernista abriu caminhos para a diversidade artística e para novas formas de expressão que ainda ecoam na arte contemporânea.
Assim, a Semana de 22 permanece como um símbolo de inovação, liberdade criativa e valorização da cultura brasileira no cenário mundial.
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Pedagogo, graduando em Direito, pesquisador das relações de gênero e raciais, e apaixonado por justiça social. Criador do portal Toda Disciplina, onde compartilha conhecimento e debates sobre educação, direitos humanos e cultura.
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